terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Alegações de irregularidades não chegam para afastar membros do Governo - PM timorense


Díli, 06 dez (Lusa) - O primeiro-ministro timorense disse hoje que o principio da presunção de inocência "deve prevalecer" e que algumas alegações sobre irregularidades de alguns membros do seu executivo, noticiadas na imprensa local, não chegam para os afastar do Governo.

"Parto do princípio que a presunção inocência deve prevalecer. Enquanto não houver um tribunal que tenha decidido sobre a culpa de alguém, enquanto cidadãos, eu, como chefe de uma equipa, tenho de continuar a trabalhar na base da presunção da inocência e da dinâmica de trabalho em grupo que temos vindo a desenvolver nos últimos anos", disse Rui Maria de Araújo.

Rui Maria de Araújo falava à Lusa à margem do debate na especialidade do Orçamento Geral do Estado para 2017, e depois de nas últimas semanas a imprensa timorense ter publicado notícias com alegações de corrupção, nepotismo e outras irregularidades da parte de vários ministros, nenhum dos quais foi ainda acusado perante a justiça timorense.

As notícias surgem numa altura em que o debate político em Timor-Leste é já dominado pelas eleições presidenciais e legislativas de 2017.

Admitindo preocupação com as alegações, Rui Araújo reiterou que, "enquanto não houver provas concludentes de que houve um crime, conforme é alegado, o trabalho deve continuar" em todo o Governo.

"Não podemos por as pessoas de lado só por causa das alegações. Não podemos desconfiar das pessoas só porque há uma alegação. Se realmente existem provas, existem pessoas que foram prejudicadas então que se apresente no tribunal, se faça julgamento e se comprove que haja dolo ou culpa", disse.

Vários ex-membros do Governo foram já julgados nos tribunais timorenses, a maioria por crimes relacionados com corrupção e participação económica em negócio.

Questionado sobre este assunto o ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos da Administração do Estado e da Justiça, Dionísio Babo admitiu que o ambiente pré-eleitoral possa estar a fomentar as noticias.

"Mas não acho que haja perseguição ao Governo. É sempre preocupante este tipo de questões mas cada um responderá como considerar que o dever fazer", disse Babo.

"O sistema que temos montado no Governo em termos de execução e implementação dos programas é bem escrutinado e supervisionado. Esperemos até ver se haverá eventualmente algo processo legal ou não e as pessoas terão depois oportunidade de responder", afirmou.

ASP // JPS

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