segunda-feira, 28 de novembro de 2016

PR timorense apela à unidade para que o país possa colher frutos da independência


Lospalos, Timor-Leste, 28 nov (Lusa) - O Presidente da República timorense, Taur Matan Ruak, apelou hoje à unidade de todos os timorenses, essencial para alcançar a independência, para que assim consigam semear e colher os frutos dessa conquista.

"Para desenvolver o país, precisamos de continuar unidos, e de trabalhar em paz e estabilidade. Apelo a todos os timorenses: trabalhemos juntos para que a Independência seja uma fonte de maior prosperidade e felicidade", disse hoje Taur Matan Ruak.

"O país precisa de todos, homens e mulheres desta terra. A melhor forma de honrarmos a memória dos mártires e o sacrifício dos heróis é construirmos uma sociedade com mais bem-estar, estabilidade e segurança", frisou.

Taur Matan Ruak falava nas cerimónias que marcaram, oficialmente, o 41º aniversário da proclamação da independência de Timor-Leste, que decorreram na localidade de Lospalos, no município de Lautém.

Durante as celebrações, o chefe de Estado atribuiu a Ordem de Timor-Leste, a condecoração mais importante de Timor-Leste, a "42 veteranos que acolheram e protegeram em muitos momentos líderes da resistência" e cuja "determinação e coragem são exemplos da vontade de vencer" do povo timorense que tornou a independência possível.

Manifestando satisfação pelo que Timor-Leste já alcançou, Taur Matan Ruak alertou para os "desafios e dificuldades" que o país tem pela frente, nomeadamente na melhoria dos níveis de educação e saúde.

"Para atingirmos as nossas metas nacionais de desenvolvimento, o Estado tem de melhorar rapidamente a qualidade da Administração e dos serviços públicos", disse.

"Outro desafio é o aumento da produtividade da economia nacional. O aproveitamento do esforço dos agricultores e das riquezas da nossa terra exigem políticas que assegurem o aumento da produtividade. Isto quer dizer que os agricultores e o setor produtivo nacional podem, gradualmente, produzir de maneira mais eficiente", afirmou.

Para o chefe de Estado, esta é "uma prioridade nacional da maior importância", que obriga a melhorar a qualidade da educação e formação profissional, essencial para que o país produza mais e melhor.

"Para alcançarmos o país que ambicionamos, precisamos de assegurar políticas que evitem o agravamento das desigualdades e consigam fazer uma distribuição melhor da riqueza", defendeu.

"Continua a haver muita pobreza na nossa terra. O aumento da segurança alimentar e a qualidade da Nutrição são prioridades muito importantes para melhorar as condições de vida e a saúde das famílias, especialmente das crianças e jovens", disse.

"Queremos eliminar para sempre a má nutrição e a subnutrição nesta terra. Mas isso só é possível pela participação dos cidadãos e a melhoria gradual da economia das famílias. Só com determinação e empenho dos cidadãos e das famílias podemos melhorar a alimentação e a saúde das populações, em todo o país", insistiu.

O chefe de Estado disse que todos em Timor-Leste devem trabalhar para "criar uma sociedade mais equilibrada e com menos carências", que os timorenses devem "corrigir gastos familiares excessivos" e "valorizar mais a necessidade de poupar para o futuro".

Como exemplo, citou os excessivos gastos nas várias tradições culturais timorenses quando todos sabem, disse, que é possível "respeitar a cultura e as tradições dos antepassados sem gastar em excesso, ou à toa".

"Da mesma maneira que derramámos sangue para chegar a Independência, agora temos de derramar muito suor, para semearmos e colhermos os frutos da Independência.

Recordando 28 de novembro de 1975, em que a proclamação da independência foi feita, Taur Matan Ruak disse que esse momento "deu voz a uma aspiração profunda dos timorenses" e constituiu "um passo fundamental na afirmação do nacionalismo timorense".

Evocou em particular a memória do presidente que proclamou a independência, Francisco Xavier do Amaral, e do "saudoso herói Nicolau Lobato" bem como de todos, que durante os 24 anos de ocupação indonésia lutaram com sacrifício para que Timor-Leste conquistasse a liberdade.

A meio ano de Timor-Leste completar 15 anos de Governos independentes, Timor-Leste já fez avanços significativos, na consolidação da paz e da reconciliação e na construção de um Estado de direito e democracia estáveis.

Como exemplo mais recente, apontou as recentes eleições locais, para líderes tradicionais e chefes de suco (freguesias) e aldeias, que foram "um exemplo da estabilidade e maturidade da sociedade".

Taur Matan Ruak apelou aos timorenses para o mesmo empenho nas eleições presidenciais e legislativas do próximo ano, mantendo a paz e a estabilidade, riqueza sem a qual não há desenvolvimento.

O chefe de Estado deixou várias notas positivas já alcançadas, desde o arranque da descentralização administrativa, à construção de uma rede de escolas e de centros de saúde, o desenvolvimento de infraestruturas base - incluindo fazer chegar eletricidade a quase 90% da população.

ASP // JPS - Foto de Choro Rafaél Jr. em Facebook

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